segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Tudo voltaria

Primeiro aquela cor do cabelo, da pele, dos olhos
Formato do rosto, da boca, das mãos
O jeito de falar, andar, sorrir

Depois vêm os telefonemas, mensagens, e-mails, cartas
As promessas, as vontades, as aceitações, os planos

E de novo aqueles olhos, que agora falam
Gritam, gostam, desgostam, reprimem, amam
Olhos ciumentos, de raiva, de carinho, de choro, de sono, de silêncio

Os transtornos e mudanças

Então vem a primeira curva
Com suas linhas cheiinhas de tanta verdade.
Que dói, corrói, amassa, parte, destrói

Acaba/volta

Volta devagar, “Segura pra não cair”
Amadurece, aprende, não faz mais, faz mais ainda
Abstrai e tenta esquecer...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

Doce silêncio

Cuida para que meu silêncio
Não me deixe crua
Que ele não cale essa boca tua
Nem cause absorção
Faz-me acreditar levemente
Que não está sendo lembrada
É melhor que esquecida totalmente
Quando se foi amada inversamente
Silenciar é uma arte
Que instiga a solidão
Tal qual palavras de calmaria
O silêncio provoca redenção
Cuida para que meu silêncio de agora
Não se transforme depois
Em grandes e tristes ecos de dor
Pois jamais haverá vitória,
Na derrota meu amor...
Minha voz é calma e suave...
Mas não queira ouvir o meu silêncio
É ensurdecedor

domingo, 10 de maio de 2009

sexta-feira, 8 de maio de 2009

quarta-feira, 6 de maio de 2009

E quem sabe o que meu sonho sonhava?

sábado, 2 de maio de 2009

Quebra-nozes

Selma, era uma menina ansiosa e vivia com sua mãe em Algum Lugar.
Na grande festa da noite de Natal ela esperava inquieta o seu presente. Antes da entrega, apareceram vários mágicos com seus bonecos dançantes que distraia todos dali, principalmente ela. Mas logo eles se foram, porque se tornaram enjoativos.
Chegada à hora da distribuição, todas as crianças olhavam com olhos aguçados o grande saco repleto de brinquedo. Alguns dos seus amiguinhos, ganharam de seus pais, presentes incríveis. Selma, contudo, recebeu apenas uma certeza...
A festa terminou e todos foram dormir.
É carnaval em Algum Lugar. Selma, sonha com confetes e serpentinas. Acorda assustada. Ela está sendo atacada por uma legião de seres imaginários. Dentre eles, a menina dos olhos acentuados, descobre um quebra-nozes de aparência humana.
Ele ganhou vida quando a viu.
O quebra-nozes lutou sem cessar, contra todos e contra tudo.
A batalha acabou.
Por um tempo, Selma percebeu que por mais que o quebra-nozes perdesse um de seus braços, ou qualquer outro membro, ele estava sempre sorrindo. Os seres imaginários arrancaram cada pedaço do seu corpo, porém seu sorriso era uma pintura permanente, sublinhado em um pedaço de madeira qualquer.
Ela se apaixonou por isso.
O principezinho de madeira convida-a para uma viagem, no seu foguetão, pelos planetas do Sistema Solar, para tentarem perceber se seria possível viver fora da Terra. Acharam o Reino dos Doces, onde só havia crianças e soldadinhos; pizza e suco de uva...

Selma acorda, percebe que tinha sonhado e fica triste por isso.

sábado, 25 de abril de 2009

Retalhos

(...)
E aos poucos vou me habituando com os pedaços da sua presença
Com os fragmentos dos teus carinhos
Recortes dos teus olhos
Sobra do teu tempo

Devagar vou sentindo a misteriosa essência da tua renúncia
Da mão que me acolhia
Dos detalhes do dia-dia
Do teu falar
(...)

sexta-feira, 24 de abril de 2009


O nosso amor é feito de vácuo
Ausente de qualquer matéria e de qualquer amor
O nosso amor é vazio
Preenchido por um vasto conjunto de não saber o que ser
Ele é feito de nada
Do nada que podemos fazer
O nosso amor é intrigante
E há quem garante que ele não vai nascer
Há quem me mate
Há quem descarte
Mas não há ninguém que furte uma ínfima parte
Desse objeto de se fazer viver

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Pretérito Perfeito do Indicativo

Vaguei em velhas lembranças.
Me decepcionei com a adversa busca que vinha realizando.
Não encontrei nada de concreto na colheita do que sonhei na juventude dos meus dias.
Atravessei bravas correntezas, até me recompor no fundo mar de ilusões.
Voltei ao mundo, cai do mundo, eu era mundo.
Descobri o túnel do tempo que fechei.
Fiquei à espera do remédio eficaz aos problemas dos meus dias.
Percebi que seria preciso fechar os olhos para volta àquele tempo intrépido.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Álibi

Quando pensar em sentir
Sinta para poder pensar
Sinto não poder sorrir
Sinto por meu coração chorar
Depois de abrir e fechar
Depois de ficar e ir
Irei aonde tu quer chegar
Para ser quem quer partir

Amar é não conseguir.